domingo, 4 de abril de 2010

Centenário de Chico Xavier

Dia 2 de abril, estivemos no Grupo Espírita da Prece...

Reuniram-se lá, amigos, colaboradores da seara, companheiros do Chico bastante conhecidos no meio espírita, como Geraldinho Lemos e Carlos Baccelli e também nós, irmãos anônimos de todos os cantos do Brasil. A moça que estava ao meu lado,  a Tanísia, veio de Aracaju, de ônibus, - uma distância tão grande, mas, um coração tão próximo que a gente logo percebeu que ela nunca esteve longe...
Pouco se falaram as pessoas ali, não houve tempo pra isso...Eram muitos depoimentos, belíssimos, comoventes. Alguns presentes conheceram Chico em 56, 64...Muitas histórias maravilhosas dos seus exemplos de vida, simples, puros e sempre cheios de sensatez e amor foram narradas com grande emoção.
O Coral Bençãos de Paz estava presente e cantou melodias muito sugestivas que sensibilizaram a todos, formando uma vibração harmoniosa no ambiente.
Era tudo tão perfeito e alegre, as lembranças tão carinhosas, que nos ficou a impressão de que o grande ausente estava tão presente que ninguém notou o fato de que o aniversariante não apareceu na sua festa...
Falou-se do Chico tanto e tão comovidamente que esta sua presença foi se construindo na mente e no coração de todos. Cada um voltou para sua região com um imenso conforto espiritual, certo de que não se separou do amigo... A jornada continua, todos a postos, as oportunidades se sucederão...continuamos juntos, sim, e continuaremos,trabalhando com amor. Jesus alinhavou nossas almas com esse fio de luz que foi o Chico, estamos unidos para sempre, graças a Deus, num só ideal de fraternidade e de paz.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Paz

Como todas as mães, creio que nossa mãe Maria Santíssima se preocupa conosco. O desequilíbrio da humanidade gera conflitos em toda parte... Urge orar pela Paz na Terra. Felizmente, podemos fazer isto juntos, todos os dias!

Reflexão sobre os 150 anos do Espiritismo

A comemoração do sesquicentenário da obra O Livro dos Espíritos coloca em pauta o início do movimento espírita no mundo e nos convida à reflexão sobre toda a gama de assuntos abordados nesse extenso e profundo questionário respondido pela espiritualidade.

Realmente, trata-se de um propício momento para meditação sobre tema muito pertinente ao contexto da juventude. Esse período da vida é para ela, exatamente, um tempo em que a perplexidade diante dos problemas enfrentados pela humanidade formula, também, perguntas insolúveis sem a compreensão e a aceitação da preexistência da alma e da vida futura. Esses são os dois elementos essenciais ao entendimento do impecável sistema judicial que rege o universo. Em suma, podemos ressaltar, de forma bastante simples e acessível: não há efeito sem causa, ou seja, não existe atitude humana que não acarrete conseqüências, nesta ou em outra vida, tanto a que prossegue no mundo espiritual quanto a que se desdobra nas encarnações vindouras. Transitamos realmente, assim, de existência em existência, inexoravelmente responsáveis por tudo o que pensamos e fazemos, sentimos e desejamos, falamos e prometemos...
Essa relação entre responsabilidade individual e justiça divina, quando assimilada conceitualmente e sinceramente transposta para o cotidiano, gera uma outra visão de mundo e instaura no íntimo da pessoa, uma grande confiança em sua destinação espiritual, e uma certeza muito reconfortante de que todos os processos de aprendizagem, por mais difíceis que pareçam, são instâncias passageiras que renderão as transformações necessárias, ou seja, o desenvolvimento espiritual do ser. Neste ponto de nossa reflexão, levanta-se um questionamento importante: o que é e como se efetua o nosso desenvolvimento espiritual?


Allan Kardec                         

Encontramos nos Prolegômenos do Livro dos Espíritos  uma   menção importante para nós, cidadãos do mundo contemporâneo: “Os Espíritos anunciam que os tempos marcados pela Providência, para uma manifestação universal, são chegados, e que, sendo os ministros de Deus e os agentes de sua vontade, sua missão é instruir e esclarecer os homens abrindo uma nova era para a regeneração da Humanidade”.

Quando o jovem relanceia seu olhar sensível sobre o mundo, o que vê por toda parte, e de forma sobremaneira gritante, é precisamente esta necessidade premente de regeneração. Que prevaleçam valores éticos nas relações humanas, que se instaurem relações democráticas nas questões políticas, que se consolidem relações de respeito nas contendas ambientais... O resgate da humanidade da humanidade, nestes tempos hodiernos, precisa transcender a condição puramente humana e abranger a extensão existencial do espírito, englobando o passado e o futuro de um ser permanentemente vivo, seja em qual dimensão do universo estiver.

A obra de regeneração convoca, assim, a todos nós, mas muito especialmente a juventude, cujos anseios legítimos de felicidade e de paz, são sustentados pela esperança natural deste encantador período da vida. E o que é a esperança senão um exercício de fé daquele que caminha com confiança em Deus?

No Evangelho Segundo o Espiritismo, nas Instruções dos Espíritos sobre A Nova Era, no Capítulo I, item 10, podemos observar na mensagem de Fénelon, (Poitiers, 1861), o seguinte trecho: “A cada um a sua missão, a cada um o seu trabalho. Não constrói a formiga o edifício de sua república e imperceptíveis animálculos não elevam continentes? Começou a nova cruzada. Apóstolos da paz universal, que não de uma guerra, modernos São Bernardos, olhai e marchai para frente; a lei dos mundos é a do progresso”.

Essa exortação consoladora responde a principal questão que a presente reflexão levanta: não existe desenvolvimento espiritual individual, o desenvolvimento de um espírito se processa somente de forma coletiva. O ser humano apreende e aprende ensinamentos, e realmente aplica-os à sua vida, somente trabalhando com e em prol de seus semelhantes.

Se o nascimento do Movimento Espírita organizado está marcado pelo lançamento da obra O Livro dos Espíritos, a primeira da Codificação Espírita realizada por Allan Kardec, a continuidade do movimento e a difusão desta e de todas as obras que se sucederam a ela, estão estritamente vinculadas ao estudo, à reflexão e à pratica do Evangelho pelas gerações emergentes. Por mais que se concentrem nos livros os ensinamentos necessários à regeneração da humanidade, sem a ação regeneradora dos trabalhadores voluntários comprometidos com o Cristo, a transformação do nosso mundo não acontecerá.

Seja pois, a comemoração dos 150 anos do Livro dos Espíritos, uma ampla convocação para assumirmos, com a necessária urgência, o nosso posto de trabalho e cooperação na construção de uma realidade de paz e de fraternidade na Terra.

Rita De Blasiis

Uberaba, 24 de abril, 2007. Brasil


Bibliografia:

KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. São Paulo: Instituto de Difusão Espírita, 1995, p. 42-44.

KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Brasília: FEB,2006, p. 63-64.

Bernardo de Claraval. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Bernardo_de_Claraval>. Acesso em: abr. 2007.